quarta-feira, 31 de março de 2010

A aventura pelos Andes



Eu: “Meninas, o aeroporto não vai abrir tão cedo, vamos de ônibus?”
 
Minha tia: “Ai não, minhas costas não vão agüentar, meu pé vai inchar, a estrada é perigosa...”
 
Uma senhora de 80 anos, que faz quimioterapia: “Oi meninas! Vocês vão pegar ônibus com a gente? Vai ser uma farra heim?! Estamos voltando para nossa pátria, viva!”
 
Minha tia: “Agora eu vou!”
 
E fomos! O motorista era brasileiro, tinha também o muambeiro, o maconheiro, o mochileiro, gordinhos famintos, tiazinha safada, madame montada, vozinha animada. E por mais estranho que pareça
todos tinham algo em comum: uma vontade enorme de voltar para o Brasil.
 
Deixamos Santiago e a aventura começou pelos Andes. Cortamos montanhas e nuvens, desafiamos a lei da gravidade em desfiladeiros, acompanhamos os rios que cortavam a cordilheira, atravessamos lindos lagos. Como não se sentir pequeno diante de tamanha imensidão?! 
Como não pensar no que vivemos e no que queremos?  Como não pensar no antes e depois de uma sacudida de 8.8!

Primeira parada
: fronteira com a Argentina, e acreditem, os brasileiros festejaram! (por mim, ficava lá, rsss). A viagem não é um mar de rosas, é longa e a estrada é ruim. Mas os papos, os personagens, as paradas e a vista fizeram o tempo voar. 
 
Voou tanto que chegamos na fronteira da Argentina com o Brasil e parecia uma final de copa do mundo, todos aplaudindo, comemorando, afinal, tudo passou, chegamos em nossa terra! E essa, por mais problemas que tenha, não treme! Ou melhor, tremeu um pouquinho quando a conta de celular chegou! Tô abalada até agora!

Abalando os Chilenos


 
Um amigo meu disse, nossa Leroline, imaginei que você ia abalar os Chilenos, só não imaginava que seria tanto. Nem eu!  
 
Madrugada de sexta para Sábado, 3:30 da manhã. O que é isso? Será o incrível Huck querendo brincar de casinha? Tudo tremia, tremia tanto que não era possível ficar de pé.  A luz acabou, só escutava o barulho dos vidros batendo e a TV que dançava em cima da cômoda. Não tinha muito o que fazer, apenas afundei meu rosto no travesseiro e rezei durante infinitos 2 minutos! Esperei o prédio cair na minha cabeça, mas, felizmente, não caiu! Ufa! 
 
Quando o tremor passou, corri para as escadas. Teve gente que desceu de pijama, de calcinha, de cueca, pelado. Uhuuu!!  Teve quem não se abalou. E outros que
 de tão abalados, beberam para esquecer, ou melhor, para entrar no embalo. E no meio do caos, personagens surgiam a cada segundo. Seria o ensaio do ensaio sobre a cegueira?

Tinha a carioca que pulou em cima da mãe para protege-la e quase a matou sufocada. O José  Serra em miniatura, que não desgrudava do copo de wisky, e sua mulher, que quando entrava no modo fúria assassina, só acalmava com um remédinho. Tinha o casal de jovens
, que dormia no hall do hotel.  Sem falar na minha tia que não acordou com o terremoto e minha mãe que fazia piada a cada abalo. E não poderia esquecer do atendente Chileno que diziam: calma, queda tranquila! Heim???? Tranquila o cara....!!!!!! Eu realmente não estava tranquila, queria sair de lá de qualquer maneira, mesmo porque aquela por***a não parava de tremer. A maneira encontrada?! 36 horas de ônibus até Porto Alegre. Mas essa é uma outra história.
 
PS.: alguém conhece um pai de santo para eu me benzer nas próximas férias?

terça-feira, 30 de março de 2010

Chile antes do terremoto.


Queridos amigos, desculpem a demora para voltar a escrever, mas minha cabeça ainda esta voltando ao normal pós férias frustradas. Destino? Santiago! E como a historia é longa, vou dividi-la em antes e depois do terremoto.

Terça-feira, 23 de fevereiro, chegamos em Santiago, uma cidade linda, limpa, arborizada, ruas e calçadas largas, prédios bem conservados. Povo muito simpático, receptivo e homens, receptivos até demais. A comida é incrível, muito peixe (Congrio é o peixe que eles mais comem) e frutos do mar (vieira, ostiones, machas, mariscos). E claro, como poderia esquecer??! Pisco, muito Pisco! A pinga dos Chilenos, feito de água ardente de uva.No primeiro dia fomos ao Mercado Municipal, no Restaurante El Galeon, lá provamos Ceviche (peixe cozido no limão) e Centolla, uma caranguejo enorme, lembra bastante uma lagosta, no sabor e no preço.

Quarta, fomos ao centro histórico e ao restaurante Como água para Chocolate, super charmoso e com uma comida incrível! Fica no bairro da Bella Vista (nossa Vila Madalena), onde fica também uma das casas de Pablo Neruda.De noite fomos a um restaurante típico (Bali Hai), com danças da Ilha de Páscoa, diversão garantida. Quinta foi dia de desbravar Valparaiso, uma cidade portuária, com pequenas casas coloridas. Vina Del Mar me lembrou Riviera, cidade banhada pelo pacífico e por prédios e carros luxuosos. Islã Negra, é onde fica a casa de passeio do Neruda.

Sexta, a visita foi em Concha y Toro, com direito a degustação e suspense, a lenda do Casillero Del Diabo. Após algumas taças de vinho fomos curtir a vista dos Andes no Giratório, um restaurante que gira tão devagar que você só percebe quando vai ao banheiro e não encontra a mesa na volta. Será que foi o vinho? Ou o pisco? Ou os dois?

Mas nossa bela e saborosa viagem estava chegando ao fim quando um pequeno incidente, de 8,8 graus, atrapalhou nossos planos...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sao Paulo... estou chegando sem bote!


É ou não é a cidade dos sonhos de qualquer pessoa? Olha que incrível.

"EU QUERO MORAR EM São Paulo!" Já imaginaram quantos milhões de pessoas já disseram essa frase uma vez na vida? E quantas já realizaram esse sonho?
Quantas pessoas já invadiram terrenos para morar São Paulo e depois morreram? Mas o sonho continua! Quantas pessoas são alopradas por dia por não ter um sotaque paulistano? Quantas vagas dos edifícios já não foram preenchidas com esse mesmo sonho? Quantos bairrinhos já se formaram pela imigração?

Por que é que esse caos encanta tantas pessoas?

É nesse cenário que vou anunciar minha intenção de morar em São Paulo em 2010! Eu quero morar em São Paulo! (Me custa um pouco e confirmo isso a cada 47 minutos para não perder o foco).
Eu sinto medo! Mas é nessa cidade feita de sonhos que eu vou incluir mais um!

Pois é, confesso que estou tensa! Tensa com tudo, com a novidade, com a cidade, com o eterno começar tudo novo de novo!
Mas feliz.... como já diziam: E.T., MINHA CASA! Como é que eu posso me sentir em casa num local desses, E.T. ???

Eu gosto de São Paulo! Pode inundar, cair teto de shopping, ter transito, ter fila pra tudo, não ter lugar pra estacionar, abrir crateras espontaneamente, ser violenta, agressiva, ter stress como modinha.... Mas é uma das poucas cidades que me sinto em casa mesmo! Parece que eu já sei onde estão as coisas, onde encontro tudo, onde tenho mais facilidade pra fazer tudo!
É como o meu quartinho da bagunça: uma zona sem fim, mas sei onde as coisas estão!

E aí, hoje de manhã estava lendo as notícias de São Paulo e me deparei com um caos! Fiquei um pouco mais tensa só de lembrar que já passei por isso!
Algumas frases fizeram eco automaticamente na minha cabeça: "To no transito!"; "Tive que ir por dentro porque a marginal inundou!"; "O túnel esta fechado!"; "A linha azul fechou".
E enquanto essas frases vinham insistentemente no meu momento de reflexão, uma mensagem chegou no MSN: "Vc chega sexta, né? São Paulo está submersa! Prepare-se!"

-"É..." - vou falar o que?

Já estou de malas prontas e pronta para chegar em São Paulo!
E o eco segue: Pronta para chegar em São Pauloooooo! Pronta para chegar em Sã.... Pronta para che.... Pronta....
Nos vemos!

sábado, 5 de dezembro de 2009

O paraíso das solteiras.

 

Antes de começar peço desculpas aos rapazes, acredito que esse post não agradará à todos, mas preciso fazer um serviço de utilidade pública para as solteiras. Quer afagar o ego? Arrume as malas e voe para Buenos Aires!

Comecei minha viagem seguindo a dica de uma amiga:

- LeroLine, assim que chegar Buenos Aires vá em um Pub chamado Kilkenny. A média é de 80% homens.

Mentira! A média é de 90%! E nada de jogar fora mais da metade. Todos lindos, estilosos e atenciosos. Já consigo ouvir os comentários, ah, eles acham que brasileira é tudo puta. Mas isso renderia assunto para outro post.

Começamos o primeiro dia com chave de ouro e com vários amigos. Mas além de me encantar pelos hermanos, me encantei pela cidade, linda! Prédios históricos bem cuidados, bairros modernos, cheios de graça. Vinhos bons e baratos, táxis nada bons, mas mega baratos.

Caminhamos horas por Porto Madero em busca de um restaurante. Fizemos compras e baladinhas em Palermo. Curamos a ressaca no Café no Tortoni.  Teve momento cultural no Malba. Ah, sem falar do Faena, um hotel maravilhoso, projetado pelo arquiteto Phillip Strack, lá por sorte conseguimos entrar no show de cantora argentina bem louca, nada a ver com tango, era rock mesmo e do bom.

O tempo voou, mas uma experiência intensa e apaixonante. Com certeza ano que vem estarei lá novamente. Até breve hermanos!